domingo, 30 de janeiro de 2011

Como os raios de Júpiter

O sofrimento de forma alguma nos põe em situação de rebaixamento, ao contrário. Quando passamos por momentos de profunda dor acabamos por nos colocar em um patamar muito superior ao dos outros. Mascarados de coitados, somos tomados por um complexo de superioridade dissimulado. Quando a dor chega, acreditamos que o nosso sofrimento é maior que o dos outros.

Todavia, se bem direcionado, o sofrimento é a única emoção que realmente nos eleva. Nos momentos felizes ficamos tão entorpecidos pelo deleite, que acabamos por deixar que a beleza disfarce os infortúnios. A tristeza, por sua vez, nos faz questionar a vida, as pessoas e as situações.

Nesse processo de refinamento nos tornamos, simultaneamente, mais sensíveis e mais fortes. Aprendemos o que nenhum momento de alegria nos ensinaria sobre nós e o mundo.

Assim como boas espadas, os humanos são forjados ao fogo e marretadas.

Um comentário:

A escritora disse...

Isso é verdade!
Só pra saber... aprendi grandes coisas nas últimas oportunidades de dor que me apareceram...
E foi neste momento em que escrevi, na minha opinião, minhas melhores produções.