sábado, 6 de outubro de 2012

Petrichor


Uma amiga ensinou-me sobre como lidar com as aguaceiras da vida. Diante de uma garoa repentina comentei:

- Está chovendo. Não sei como agir. 

 Ao que ela respondeu:

- Vai dar tudo certo. O céu já vai aparecer, mas, por enquanto, se molhe.


*Baseado em uma conversa com Carolina Flor.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Da estima





Um amigo ensinou-me sobre como compreender os papéis de cada um em determinadas situações na vida. Ao me contar sobre como alguém muito especial o havia negligenciado, ultimou:

- Aprendi que mesmo as pessoas legais são idiotas, e isso não significa que você não tem valor, mas sim que existem idiotas.

Da abnegação


- Como terminar com algo que tu não queres que acabe?
- O caso é que você precisa terminar primeiro com você, para depois terminar com o outro. É a questão da auto anulação. É foda!
- Mas como?
- Deixe a sua vontade em último lugar. Pense em todas as outras coisas e pessoas que se beneficiariam com a sua decisão de rompimento e coloque a felicidade delas antes da sua.
- Isso vai realmente acontecer?
- Vai. Mas vai demorar. Primeiro você vai se conformar, depois vai lembrar com saudade, depois vai lembrar com carinho e depois vai só lembrar.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Da Fugacidade



...e que em qualquer lugar que estivessem se lembrassem sempre de que o passado era mentira, que a memória não tinha caminhos de regresso, que toda primavera antiga era irrecuperável e que o amor mais desatinado e tenaz não passava de uma verdade efêmera.

(Cem anos de solidão,Gabriel García Márquez)







quinta-feira, 22 de março de 2012

Desgaste

E quanto mais experimentamos da vida, gradativamente algo muito bonito vai morrendo dentro de nós.

A vida disfarçada de gente segue matando, calejando, cicatrizando, até que nossa couraça de ceticismo se torna tão rígida que deixamos o instinto de autoproteção impedir o fascinante ato de compartilhar a alma.

Nenhum dia é mais triste do que aquele o qual percebemos que não nos entristecemos mais, que estamos perdendo a capacidade de nos emocionar como outrora. O fatídico dia em que notamos a comoção efêmera instalada.

Pior do que sofrer é ser cauterizado pela vida. Prezo pela ventura de degustar a intensidade das sensações e preservar a beleza de me arrebentar em existência.


terça-feira, 20 de março de 2012

Da sintonia

Não apaixono à primeira vista, mas sim à primeira energia.


Arrebato-me por auras, por semblantes, por movimentos e gestos carregados de sutileza e despretenções.

Meu coração sorri no momento exato do contato entre halos, entre almas, entre vidas, entre substâncias matafísicas que vibram ao derredor e estabelecem contatos profundos mesmo que subordinados à distância corporal.

Na verdade não me apaixono. Me conecto.






sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Da sinceridade







Um dia qualquer em uma dimensão paralela na qual as pessoas são francas consigo e com os outros:

-Olá! Tenho andado tão triste e minha vida está repleta de tédio. Posso brincar com os seus sentimentos?

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Da nostalgia retocada


Dia desses observei um rapaz contando para mim histórias encenadas às gargalhadas. Admirei por alguns instantes a sua leveza, a sua graça, e considerei que seria um pecado não absorver cada detalhe daquela narrativa sobre um dia há muito tempo atrás passado no colégio, do qual eu também participei. Decidi que preferiria guardar as lembranças daquela história contada pelas palavras dele, e não mais da experiência real que vivi, tal era a beleza da interpretação. 

Terminada a história ele sentou no gramado do parque, eu me levantei e contei uma história para ele. Uma histórias às gargalhadas sobre um dia há muito tempo atrás, quando a vida era leve assim como aquele momento.