E quanto mais experimentamos da vida, gradativamente algo muito bonito vai morrendo dentro de nós.
A vida disfarçada de gente segue matando, calejando, cicatrizando, até que nossa couraça de ceticismo se torna tão rígida que deixamos o instinto de autoproteção impedir o fascinante ato de compartilhar a alma.
Nenhum dia é mais triste do que aquele o qual percebemos que não nos entristecemos mais, que estamos perdendo a capacidade de nos emocionar como outrora. O fatídico dia em que notamos a comoção efêmera instalada.
Pior do que sofrer é ser cauterizado pela vida. Prezo pela ventura de degustar a intensidade das sensações e preservar a beleza de me arrebentar em existência.
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