quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Das motivações do coração


Uma amiga me ensinou a reconhecer as verdadeiras motivações do nosso coração.

Por estar triste com algumas adversidades em sua vida, e movida pela inspiração que acompanha seus desânimos, começou a escrever. E escreveu, entre outras coisas, “vou sair para contar e estrelas e já volto”.

Mas as estrelas são tantas...

Ela havia esquecido que não conta estrelas porque quer ficar ausente.
Ela conta estrelas porque é romântica.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Toda forma de amor é justa

Temos o péssimo hábito de avaliar as pessoas tendo a nós mesmos como peso de medida. Calculamos e julgamos atitudes e emoções alheias baseados em nossa forma particular de encarar a vida e as situações. Pensando ser astutos, desconsideramos a incoerência que é a individualidade humana.

Precisamos entender que a nossa forma de amar não é a única, e muito menos a certa.

Canção da alma


Hoje ouvi uma canção sobre mim. Na verdade tenho ouvido diversas delas, lido poesias sobre meus sentimentos e crônicas a respeito dos meus pensamentos. Contudo me emociona saber que minha dor, alegria e experiências já foram musicadas.

Devo dizer que sinto um discreto alívio quando ouço alguém cantar coisas que me são tão profundamente íntimas, vejo que não sou a única a viver as fortunas e misérias que se passam em meu interior.

Então te resta cantar e dançar, oh minha alma, ao som das canções dedicadas a ti, das quais te empossaste.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Privilégio

Amar é para poucos, coisa de gente grande. (Rosa Avello)

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Cotidiano


As ruas estão cheias dessa gente chata e absurda que faz do notório a sua única ambição. Movidos a dinheiro, álcool, óleo diesel e gasolina, cumprindo mais um dia sua estúpida missão.(Raul Seixas)

Apostasia nossa de cada dia


Certa vez ouvi de minha mãe a recomendação para não declinar minhas convicções religiosas ao ingressar na faculdade. Agora, após frustrar suas expectativas, penso que o conhecimento científico não é o culpado por me fazer deixar de crer e sentir as coisas divinas como antigamente.

Acredito que as pessoas naturalmente tendem a ser mais materialistas, e menos abstratas. Algumas têm oportunidades e experiências que aceleram ou retardam o processo, mas no fim das contas estamos todos nos tornando cada vez mais mundanos.

Talvez seja por isso que tenhamos de morrer. Para que não sejamos contaminados por completo. Para que ainda reste um pouco do transcendental em nós no momento em que passarmos para a dimensão onde o imaterial nos assombra.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Shhhh!



Meus sentimentos se comunicam por meio de berros afônicos.
Um dia, porém, a afonia finalmente chegou, então tive tranquilidade para descansar os ouvidos e escutar os sussurros do meu juízo.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Ao contar o conto, subtraio um ponto


Quanto mais conto uma história, mais exercito a minha capacidade de resumir as coisas. Com efeito, acabo aprendendo a descomplicar não só as histórias contadas, mas também as vividas amiúde. Tudo pode ser encarado de forma mais simples, não que necessariamente o seja.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Esta menina hoje é uma mulher




Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta, que hoje eu me gosto muito mais, porque me entendo muito mais também. E que a atitude de recomeçar é todo dia, toda hora. É se respeitar na sua força e fé, se olhar bem fundo até o dedão do pé. (Gonzaguinha)

Do altruísmo



Hoje uma criança me ensinou sobre altruísmo.

Perguntei: Podes me indicar onde fica a secretaria dessa escola?

Ela se levantou da roda onde brincava com outros colegas, pegou no meu braço e respondeu: Eu levo você até lá.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Primeiro Andar

E lá vou eu a passear pela vida.

Vida que me fez vidro.

Existência auto-explicativa que requer exame,

Conhecerei e prosseguirei em conhecer-te.

Permanecerei faminta, permanecerei tola.

Para sempre


Vivemos esperando o dia em que seremos melhores. (Rogério Flaustino)

Do alterego

Um dia tive vontade de ser outra pessoa, e fui.

Experimentei agir de outra forma, com outras prioridades e rotinas. Resolvi então que deixaria o monstro sair de dentro do médico. Por que não? Foi o que fiz.

Fiz e desfiz. Foi bom, mas cansei.

Talvez meu corpo tenha sentido saudades dos cuidados da velha eu, a minha mente queria a antiga lucidez, e minha alma necessitava de sua graça de volta. Quem sabe simplesmente amadureci, e vi que tudo era uma grande tolice.

Comprovo mais uma vez a validade de qualquer experiência humana. Aprendi que viver pouco não é sinônimo de viver intensamente, e que diversão não é esgotamento, muito menos auto-destruição.

Vendo o que pode haver de pior em mim, percebi o quanto gosto da pessoa que estou me tornando. Após recentes correções e aprendizados, sou a melhor pessoa que já pude ser. Isso não é muita coisa, mas a simples certeza de que não estou piorando, já me faz muito mais feliz dia após dia.

No mais, que seja feita a vontade das minhas vontades. Sinto que me preservar é a melhor maneira de aproveitar a vida ao máximo.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Elementar, meus caros


Um amigo pergunta:

- Vamos ao Cevada Bar?

- O que é isso? - pergunto automaticamente.

- É um bar chamado cevada.

- ....

Às vezes as coisas são tão óbvias e mesmo assim me desgasto em perguntas e reflexões desnecessárias.

Faz um tempo que decidi parar de perder tanto tempo com obviedades, porém, estranhamente, o que há de mais óbvio nesse mundo acaba por ser o que mais me surpreende.

23:23


Subitamente me vem a estranha sensação de que há alguém pensando em mim neste exato momento. Rapidamente pesquiso todas as possibilidades de fulanos cujos pensamentos podem convergir à minha pessoa.

Depois de ponderar por uns instantes tenho então uma feliz constatação: esse alguém sou eu!

Percebi que agora estou pensando em mim, e inevitavelmente me senti enamorada comigo mesma.